quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A magnitude e beleza única da Biblioteca Joanina - Universidade de Coimbra

A Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra - nome que designa, enquanto extensão da moderna Biblioteca Geral da Universidade, a que foi, até à constituição desta, simplesmente a Casa da Livraria universitária, como durante mais de dois séculos, conhecida e deve o seu nome ao monarca sob cuja égide se verificou a sua edificação: D. João V, o Rei Magnânimo.

À semelhança do que ocorria na generalidade das antigas universidades europeias, a livraria universitária tivera uma vida acidentada, desde a sua constituição, no decurso do século XV, no tempo em que a instituição se encontrava sediada em Lisboa.
Estava-se então longe, porém, do monumental acervo bibliográfico que a Biblioteca Joanina mais tarde albergaria e o efetivo da livraria da Escola contabilizaria pouco mais de uma centena de volumes. 
Efetivamente, num quadro pedagógico assente no uso do compêndio, como fonte de autoridade e doutrina, e num quadro conjuntural a breve trecho definido pela submissão aos valores da Reforma Católica, estabelecidos pelo Concílio de Trento (1545/63), a biblioteca deixa de configurar-se como valor estratégico da Universidade, a despeito de os sucessivos Estatutos insistirem, por todo o século XVII (mas mais por tradição textual do que por genuíno imperativo doutrinário), na sua abertura pública.

Na verdade, por todo esse longo período, enquanto a chamada Segunda Escolástica se converte na verdadeira glória da Universidade de Coimbra no plano internacional, é nos colégios universitários (onde se alojavam e estudavam os autores dos compêndios), como o da Companhia de Jesus ou o de S. Pedro - instalado no próprio palácio universitário - que florescem as grandes livrarias. Quanto à da Universidade, sobreviveria no plano meramente formal, sofrendo, com o tempo, grandes perdas do seu magro espólio, a despeito de uma ou outra incorporação, com que se tentava, sem grande entusiasmo, dar cumprimento à letra dos Estatutos.
Apesar disso, na grande obra de edificação dos Gerais universitários (o complexo das novas salas de aulas, erguido em finais do século XVII) a existência da biblioteca seria consagrada, logo à entrada do recinto, como atesta a decoração da respectiva porta - em fim de contas a que dava acesso à velha guarda-roupa real onde, desde o século XVI, a livraria se alojava. Contudo, essas mesmas obras, ao mexerem na estrutura de um edifício então velho de 700 anos, haviam provocado estragos na própria sala destinada a biblioteca, a ponto de os livros terem de ser recolhidos ao cartório, no piso superior, onde ficariam durante os anos iniciais do século XVIII. É neste contexto que o reitor, Nuno da Silva Teles (2º do nome) se dirige a D. João V, em 1716 e, expondo não ter a Universidade sala capaz para uma boa livraria, como ordenavam os Estatutos, obtém, em 31 de Outubro desse ano, a necessária autorização régia, que irá pôr em marcha o prodigioso processo de construção daquela que, cem anos mais tarde, o erudito conde Raczinski haveria de classificar como "la bibliothèque la plus richement ornée que j'aie jamais visitée".

Para visitar presencialmente a Biblioteca Joanina e todo o Paço das Escolas, pode adquirir um bilhete ao balcão da Livraria/Loja/Bilheteira  na Biblioteca Geral.
Para informações visite a página "Informação para visitantes e agentes turísticos", ou 



comprove esta beleza dando uma espiada virtualmente neste site:  http://bibliotecajoanina.uc.pt/o_edificio/visita_virtual








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