A Biblioteca Joanina da Universidade de
Coimbra - nome que designa, enquanto extensão da moderna Biblioteca Geral
da Universidade, a que foi, até à constituição desta, simplesmente a Casa da
Livraria universitária, como durante mais de dois séculos, conhecida e deve o seu nome ao monarca sob cuja égide se verificou a sua edificação: D.
João V, o Rei Magnânimo.
À semelhança do que ocorria na generalidade das antigas
universidades europeias, a livraria universitária tivera uma vida acidentada,
desde a sua constituição, no decurso do século XV, no tempo em que a
instituição se encontrava sediada em Lisboa.
Estava-se então longe, porém, do monumental acervo bibliográfico
que a Biblioteca Joanina mais tarde albergaria e o efetivo da livraria da
Escola contabilizaria pouco mais de uma centena de volumes.
Efetivamente, num quadro pedagógico assente no uso do
compêndio, como fonte de autoridade e doutrina, e num quadro conjuntural a
breve trecho definido pela submissão aos valores da Reforma Católica,
estabelecidos pelo Concílio de Trento (1545/63), a biblioteca deixa de
configurar-se como valor estratégico da Universidade, a despeito de os
sucessivos Estatutos insistirem, por todo o século XVII (mas mais por tradição
textual do que por genuíno imperativo doutrinário), na sua abertura pública.
Na verdade, por todo esse longo período, enquanto a chamada
Segunda Escolástica se converte na verdadeira glória da Universidade de Coimbra
no plano internacional, é nos colégios universitários (onde se alojavam e
estudavam os autores dos compêndios), como o da Companhia de Jesus ou o de S.
Pedro - instalado no próprio palácio universitário - que florescem as grandes
livrarias. Quanto à da Universidade, sobreviveria no plano meramente formal,
sofrendo, com o tempo, grandes perdas do seu magro espólio, a despeito de uma
ou outra incorporação, com que se tentava, sem grande entusiasmo, dar
cumprimento à letra dos Estatutos.
Apesar disso, na grande obra de edificação dos Gerais universitários
(o complexo das novas salas de aulas, erguido em finais do século XVII) a
existência da biblioteca seria consagrada, logo à entrada do recinto, como
atesta a decoração da respectiva porta - em fim de contas a que dava acesso à
velha guarda-roupa real onde, desde o século XVI, a livraria se alojava.
Contudo, essas mesmas obras, ao mexerem na estrutura de um edifício então velho
de 700 anos, haviam provocado estragos na própria sala destinada a biblioteca,
a ponto de os livros terem de ser recolhidos ao cartório, no piso superior,
onde ficariam durante os anos iniciais do século XVIII. É neste contexto que o
reitor, Nuno da Silva Teles (2º do nome) se dirige a D. João V, em 1716 e,
expondo não ter a Universidade sala capaz para uma boa livraria, como ordenavam
os Estatutos, obtém, em 31 de Outubro desse ano, a necessária autorização
régia, que irá pôr em marcha o prodigioso processo de construção daquela que,
cem anos mais tarde, o erudito conde Raczinski haveria de classificar como
"la bibliothèque la plus
richement ornée que j'aie jamais visitée".
Para visitar presencialmente a Biblioteca Joanina e todo o Paço das Escolas, pode adquirir um bilhete ao balcão da Livraria/Loja/Bilheteira na Biblioteca Geral.
Para informações visite a página "Informação para visitantes e agentes turísticos", ou
Para informações visite a página "Informação para visitantes e agentes turísticos", ou
comprove esta beleza dando uma espiada virtualmente neste site: http://bibliotecajoanina.uc.pt/o_edificio/visita_virtual
Fonte:http://www.uc.pt/bguc
Nenhum comentário:
Postar um comentário