quinta-feira, 6 de outubro de 2011

10% do PIB para a educação já!

1. A educação pede socorro:
O orçamento geral da União de 2010 foi de R$1,4 trilhão de reais. Este valor é dividido, como gasto público, com base nas prioridades do Governo Federal. Foram destinados R$635 bilhões (44,93%) do total do orçamento a pagamentos de juros e amortizações das dívidas do Governo Federal, enquanto a educação recebeu somente 2,89% do valor total.
Neste processo de priorizar o pagamento das dívidas e o financiamento de projetos do capital, crescem as iniciativas sociais de “recuperação da educação pública brasileira”, protagonizadas pelas organizações sem fins lucrativos (ONG´s).
Amigos da Escola e Todos pela Educação são exemplos da lógica dominante de aparente socorro do público pelo privado, que mascara a condução política dos recursos públicos pelo grande capital.
O projeto Todos pela educação criado em 2006, traça 5 metas para o período de 2006-2022 que, segundo seus porta-vozes, deverão reverter o quadro de dependência e sujeição histórica da fração mais pobre da sociedade brasileira.
As metas são: 1) Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola; 2) Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; 3) Todo aluno com aprendizado adequado à sua série; 4) Todo jovem com o Ensino Médio concluído até os 19 anos; 5) Investimento em Educação ampliado e bem gerido.
Entre os patrocinadores do projeto estão: Santander, Dpaschoal, institutos Unibanco, HSBC, Camargo Correa, Odebrecht, Itaú Social, Gerdau, Fundações Bradesco, Suzano papel e celulose. A Rede Globo entra como parceira e Amigos da Escola e Microsoft, apoiadores.
Estas pessoas jurídicas acima são o corpo social do grande capital, cuja razão real de ser, é desconhecida por grande parte da sociedade brasileira. O que caracteriza a responsabilidade social? Quanto uma fundação que executa atividades como estas, pode isentar-se de parte dos impostos devidos sobre sua base de lucros no ano corrente?
Também chama a atenção no site Amigos da Escola a concepção de trabalho voluntário, a partir da consciência individual sobre a participação para um futuro inclusivo para fração da sociedade.
Em nenhum destes programas o problema central da educação nos remete ao processo político dos gastos públicos brasileiros que transforma o essencial em periférico, como é o caso da educação.
Estes projetos contam com todos os recursos para propagandear suas verdades, uma vez que consolidam a concepção do voluntário cidadão que está servindo ao futuro da Nação, ao destinar seu tempo e coração a estas ações.
Os trabalhadores voluntários merecem nossa atenção, dada a disputa que necessitamos realizar. Mas os que convocam, são usurpadores do tempo, do trabalho, da cidadania participativa concreta.
2. Luta pela educação como direito:
O que estes projetos ocultam, na faceta de amigos e todos pela escola, é a real necessidade do direito democrático e popular do povo brasileiro de exigir e lutar por/pela:
- Uma educação pública de qualidade com o compromisso do Estado de cumprir com sua função republicana de destinar uma verba compatível com aquilo que recebe de impostos de sua sociedade. 10% do PIB para a educação já.
- condições dignas de trabalho e de remuneração para os educadores e funcionários públicos da educação, que têm atuado, a partir dos salários que recebem como voluntários pela justiça social.
- garantia de acesso-permanência da criança e do jovem na escola e de uma aprendizagem de saberes múltiplos que remetam o papel essencial da escola na vida destes sujeitos. A escola como espaço fomentador de beleza e cultivo, próprio para gerar algo para além de seus muros: a realização dos sonhos potencializada pela educação pública de qualidade.
- realização de uma alimentação escolar digna. Na atualidade, tanto as crianças como as merendas são tratadas como recursos em disputa a serem barateados.
- conformação de um serviço público prioritário, em que não se terceirizem funções estratégicas do cuidar, como a limpeza, a segurança e a manutenção geral do ambiente escolar.
3. Sujeitos de direitos x amigos da escola:
Agiremos em prol da educação como cidadãos se deixarmos de sermos amigos e passarmos à condição de sujeitos de direitos e deveres em pé de igualdade. Isto requer ver a escola não a partir do que cada um possa dar, mas pela instituição do caráter legítimo e legal de que todos devem ter acesso à educação de qualidade, como direito.
Tomar as ruas, lutar por direitos, assumir bandeiras coletivas, eis a função social real de nos movermos todos pela educação.
Gerar um antivalor à educação projetada pelo capital, associado à governança pública, cuja ação é a de substituir direito por benevolência, recursos públicos por trabalho voluntário, consciência de classe por doação individual de seus saberes.
A movimentação social da educação mineira, há mais de 100 dias em greve, nos dá ares reais da necessidade de reversão do histórico quadro de precarização da educação pública. Mexeu com o professor, mexeu conosco em qualquer parte do País e do mundo!
A escola pública brasileira não necessita de amigos. Necessita de políticas públicas que consolidem direitos e garantam a prioridade na formação da infância e da juventude. Há um projeto em disputa. É necessário que compremos a briga, que declaremos nossas diferenças, que instituamos nossas verdades frente à fantasia organizada pelo grande capital.
Fonte:Brasildefato, 23/9/2011-10% do PIB para a educação já!
23/09/2011-Roberta Traspadini

Arabia Saudita.Na fila da cidadania:Ativista pelos direitos da mulher diz que as sauditas cansaram de ser tratadas como ‘crianças irresponsáveis’

02 de outubro de 2011 | 8h 29
Carolina Rossetti
Wajeha Al-Huwaider é uma ativista da emancipação feminina no país com as leis mais restritivas às mulheres do mundo, a Arábia Saudita, onde elas não podem abrir conta em banco, aceitar emprego, assinar contrato de aluguel ou viajar sem a autorização de um homem.

A fundadora da Sociedade de Defesa dos Direitos da Mulher na Arábia Saudita comemorou o ato inédito do rei Abdullah de dar direito de voto às mulheres, mas insiste que é pouco. "Somos tratadas como crianças irresponsáveis. Todos os aspectos da vida são controlados. A exclusão do processo político é apenas o começo dos nossos problemas", disse ela, ao Aliás, por telefone, da cidade de Daharan, onde mora e trabalha na empresa de petróleo Aramco.
Wajeha ficou conhecida internacionalmente quando, em 2008, liderou uma campanha para anular o casamento de uma menina de 8 anos com um homem de 50. Ela fez um vídeo no YouTube denunciando a união, que foi parar na CNN. Em 2008, foi uma das primeiras a postar um vídeo em que aparece dirigindo. Nessa entrevista, ela explica por que o direito de conduzir se tornou a principal bandeira de luta das mulheres no país.
Wajeha foi criada numa família liberal saudita. Sua mãe era a única que deixava a filha andar de bicicleta, o que as amigas não podiam fazer, pois poderia "lhes custar a virgindade". Aos 7 anos, teve as pernas amarradas por uma professora e apanhou com um pau porque fugia para jogar futebol com os meninos. "Sempre fui a diferente, e continuo." Divorciou-se assim que o marido veio com a conversa de que queria uma segunda esposa. Há anos não usa preto nem cobre o rosto. "Sou a única que veste rosa por aqui. É para mostrar às sauditas que nossa vida pode ter muito mais cor".
Como repercutiu na Arábia Saudita o inédito direito de voto para as mulheres?
Foi um discurso bem feito pelo rei Abdullah e a notícia foi bem recebida por nós, mas é só uma promessa para 2015, o que é frustrante. Não sabemos nem se será cumprida. De toda forma, eleições na Arábia Saudita não são grande coisa, porque metade dos cargos é apontada pelo rei. Os conselheiros não têm poder de fato, não podem mudar leis ou sugerir políticas, apenas escrevem recomendações ao rei. Mas é assim que funciona a política na Arábia Saudita. O país não é do povo, é de uns poucos homens que nunca foram eleitos. O sufrágio universal é uma conquista importante, mas apenas o começo. Estranhei terem ressuscitado o caso de Shaima Ghassaniya dois dias depois do anúncio do voto. Pegou mal e o rei teve que intervir cancelando a sentença das chibatadas, o que, aliás, não é uma pena comum aqui.
Por que o direito de dirigir parece ser a principal causa de mobilização das sauditas?
Porque não há nenhuma lei que diga que não podemos dirigir, só o que nos impede é a tradição. Há uma fatwa, um pronunciamento religioso, que diz que mulheres não podem conduzir, mas em tese ela pode ou não ser seguida, quem decide é a família. Em 1991, 47 mulheres fizeram um protesto em Riad que repercutiu muito e durante um curto período elas puderam dirigir. No interior podemos dirigir, mas na cidade grande, não. Dirigir aqui é tão importante porque, sem isso, não podemos ir para a escola, para o trabalho, fazer compras. Nossas cidades são construídas de modo que o carro é muito necessário. Não temos um transporte público desenvolvido, então não podemos depender dos Onibus, poucos e caindo aos pedaços. Resta-nos contratar motoristas, geralmente imigrantes da Índia, Sri Lanka e Indonésia dos quais nada sabemos. Somos obrigadas a aceitá-los em casa, conduzindo nossa vida. Eles exigem salários altos, moradia e seguro-saúde, tudo muito caro, p ois sabem que se forem embora a vida da mulher fica suspensa. Muitas têm que deixar o emprego porque não podem manter um motorista, ou pedir licença sem remuneração até conseguir outro. Somos obrigadas a depender de estranhos. Dirigir virou uma bandeira nossa porque, de todos os países do mundo, só na Arábia Saudita existe essa proibição.
Há protestos semelhantes em relação a outros direitos negados?
A "lei do guardião" é ainda pior porque não é só tradição, é uma medida oficial difícil de ser mudada. A saudita precisa ter um homem a tiracolo para tudo na vida. Sem um acompanhante, seja marido, filho ou pai, ela não pode conseguir emprego, ser aceita na escola, receber tratamento médico - nem em caso de emergência - viajar, alugar casa, comprar carro, abrir conta em banco, começar um negócio, nada. Todos os aspectos da nossa vida são controlados. Queremos ser cidadãs plenas, vistas como pessoas maduras, como os homens, mas nos tratam como crianças irresponsáveis. Nos últimos meses, mulheres têm protestado por mais emprego. Às vezes, grupos de jovens vão aos reitores de universidades exigir que sejam aceitas. Outras protestam pela libertação de prisioneiros, geralmente maridos ou filhos. Mulheres até vão à rua defender causas como essas, mas não para refutar a lei da guarda masculina.
O NYT informou que 58% dos universitários sauditas são mulheres. Qual é a participação delas no mercado de trabalho?
Mais mulheres do que homens têm diploma, especialmente bacharelado, na Arábia Saudita, mas o país tem a maior porcentagem de mulheres desempregadas do mundo. Alguns cargos são estritamente para homens, então elas nem podem se candidatar. E as empresas preferem contratar homens porque não têm que pagar tantos benefícios relacionados à maternidade. As famílias também não gostam de ver as filhas ou esposas trabalhando com homens e pressionam para que fiquem em casa.
De que maneira a Primavera Árabe está repercutindo em seu país?
Todos os amigos dos reis sauditas estão caindo e eles estão preocupados. Por isso mandaram forças militares ao Bahrein para tentar abafar o levante. Quando o presidente egípcio estava caindo, o rei Abdullah voltou do exterior, onde passava por tratamento médico, e tentou apaziguar os ânimos dos sauditas com dinheiro. Aumentou os salários dos funcionários públicos, especialmente da indústria do petróleo. E US$ 130 bilhões foram liberados para gastos públicos numa estratégia de calar o povo e ganhar tempo. Mas as pessoas estão se mobilizando no Facebook e criticando a realeza, pressionando para que ela reveja leis e dê mais oportunidades para os pobres melhorarem de vida. A imigração, atrelada ao desemprego, é motivo de grande insatisfação por aqui. Enquanto 8 milhões de trabalhadores na Arábia Saudita são estrangeiros, 28% dos homens não tem emprego porque é mais barato contratar um filipino que um saudita. Nosso país é de jovens, 60% da populaç ão tem menos de 25 anos, porque a taxa de natalidade é alta. Somo famílias grandes. Esses jovens precisam de escola, emprego, casa para começar a família. Hoje 80% dos sauditas vivem de aluguel pois não conseguem comprar um imóvel.
O rei Abdullah já tem 88 anos. Seu sucessor, o príncipe Sultan, de 87, está doente. O seguinte na linhagem é o príncipe Nayef, o mais conservador dos três. Que esperar do futuro do governo saudita?
O rei diz que vai viver mais 20 ou 30 anos, mas isso é sonho dele. É difícil prever qualquer coisa quando se trata da família real, eles são dissimulados. Quase ninguém houve mais falar do príncipe Sultan, internado há mais de três meses, mas a família toca o dia a dia como se tudo estivesse bem, business as usual. Muita gente está preocupada com Nayef e acha que teremos mais restrições quando ele assumir. Imagino que no começo ele vá fazer concessões e dar sinais de abertura. É assim que agem todos os reis sauditas no começo do reinado, dão presentes ao povo porque querem conquistar sua simpatia. Nayef comanda o Ministério do Interior, todas as polícias e forças de segurança estão sob seu comando e ele é da ala mais conservadora do governo.
Em um artigo, você diz que depois dos ataques nos EUA em 2001 o governo saudita ficou envergonhado do papel de seus cidadãos no atentado e, para melhorar a imagem do país, liberalizou um pouco. De que forma?
Tivemos avanços. Os jornais estão cheios de denúncias de corrupção, a imprensa pode criticar mais os ministros e questionar tradições. Isso era impensável há dez anos. Surgiram as primeiras apresentadoras de TV, âncoras de programas de política, mostrando o rosto. Antes, mulheres só podiam escrever para jornais e suas fotos não eram publicadas. Em termos de emprego, algumas ocupações antes restritas aos homens começam a ser abertas às mulheres. E as regras para a emissão de fatwas mudou. Antes, qualquer sacerdote podia emitir uma fatwa. Agora, um conselho de teólogos precisa examiná-las. Esse é um avanço menor, admito. Mas nesta década tivemos a primeira mulher ministra, Norah al-Faiz, da Educação. Mulheres também podem, em alguns casos, morar num apartamento alugado sem a permissão de um homem. Isso é muito importante, especialmente para vítimas de violência doméstica. O rei criou a universidade Rei Abdullah, a primeira e única onde mulhere s e homens podem estudar e trabalhar juntos. Portanto, algumas mudanças sutis estão ocorrendo, mas muito ainda precisa mudar.
O processo de divórcio foi simplificado?
A Corte Suprema já fez o pedido ao rei para revisar a lei do divórcio, mas até agora nada foi feito. A mulher precisa da autorização do pai para se separar. Já para o homem basta dizer "eu me divorcio de você" e pronto. Ou nem isso: pode mandar outra pessoa avisar a mulher da separação. Quando elas se divorciam, quase sempre perdem a guarda dos filhos e a casa. O homem pode ter até quatro esposas, sem precondições, mesmo se for pobre e mal conseguir se sustentar. Elas são forçadas a uma vida de miséria. Mulheres não são identificadas quando vão ao tribunal, cobertas pelo véu. Quem valida sua identidade é o acompanhante e por isso acontecem muitos casos de fraude. Por exemplo, uma filha acaba de receber a herança do pai. O irmão leva uma mulher qualquer ao tribunal, diz que é a irmã e que ela está doando todo o dinheiro a ele. Os juízes não conferem a identidade da mulher porque é considerado vergonhoso ver o rosto de uma desconhecida, e os tribu nais não contratam funcionárias para conferir quem está debaixo daquele pano.
Você foi muito ativa para anular o casamento de uma menina de 8 anos com um homem de 50. Casos como esses são comuns?
São cada vez mais raros. Certamente acontecem no interior e em comunidades mais religiosas, mas não ficamos sabendo. Estamos militando pela a aprovação de uma lei que fixe uma idade mínima para o casamento. Nesse caso que você mencionou, a mãe da garota foi crucial para conseguir o divórcio da filha. Ela batalhou muito, foi aos jornais e contou a história. Foi assim que nós, da Sociedade de Defesa dos Direitos da Mulher, ficamos sabemos e pudemos ajudar, promovendo uma campanha internacional. Essa mãe tinha acabado de se divorciar. É comum que casos de casamento de crianças estejam associados ao divórcio dos pais. O homem fica com a guarda das crianças e se desfaz das filhas em uniões arranjadas. Alguns até as vendem.
É forte a participação das mulheres no movimento pela emancipação feminina?
Está melhorando. Antes, quando eu conversava com as mulheres sobre nossos direitos elas diziam que eu estava errada, a vida delas era confortável, estava tudo ok. Agora, a consciência de que estamos sendo diminuídas, desumanizadas e exploradas é maior. O melhor nível de educação das mulheres e a internet ajudaram muito. Elas estão por aí, organizando-se pelo Facebook, esperando a hora de serem ouvidas.
O véu que cobre o rosto da mulher é obrigatório em todas as ocasiões?
Nas escolas e nas repartições públicas, sim. Mas nos shoppings ou na rua, não. Antes, há talvez uns dez anos, era proibido por lei andar sem véu. Hoje são as famílias que decidem. Como os sauditas são conservadores, quase todas cobrem o rosto. Tomo a mim mesma como medida e digo: elas não estão felizes. Este é um dos países mais quentes do mundo, 38°C todo dia. Roupa preta não faz o menor sentido. Os homens só andam de branco, o que é mais adequado ao clima. A maioria das mulheres é forçada a se cobrir. Minha irmã é uma delas, seu marido exige. Há anos eu não uso mais preto ou cubro o rosto. Quando vou ao shopping, sou a única mulher de rosa ou branco. Sempre fui a diferente e continuo assim. Quero mostrar às mulheres que nossa vida pode ter muito mais cor.

Governo dos patrões ataca trabalhadores novamente:cfontrole da jornada emite recibo quando empregado bate ponto.

Atualizado em 03/10/2011 09h21
Novo ponto eletrônico passa a valer a partir de janeiro de 2012, diz ministério.Sistema é para 5% do total de empresas que já têm relógio eletrônico.Aparelho vai imprimir comprovante a cada 'batida'
de ponto. A adoção do ponto eletrônico foi adiada pela quarta vez e passa a ser obrigatória a partir de 1º de janeiro de 2012, segundo portaria 1.979 do Ministério do Trabalho publicada nesta segunda-feira (3) no "Diário Oficial da União". O sistema deve ser instalado em todas as empresas com mais de 10 empregados que já usam equipamento eletrônico para o registro da jornada de trabalho. A expectativa é que a medida fosse regulamentada e passasse a ser obrigatória nesta semana.
Na portaria n° 1979, publicada nesta segunda, o ministro Carlos Lupi afirma que, "considerando que foi concluído o diálogo social tripartite e após avaliação das manifestações encaminhadas ao Governo Federal", decide alterar a data para início da utilização obrigatória do Registrador Eletrônico de Ponto (REP), "de modo improrrogável", para o dia 1º de janeiro de 2012.
A obrigatoriedade de ação do sistema havia sido adi
ada outras três vezes. Primeiro, era prevista para setembro do ano passado. Depois, para março e então setembro deste ano. Entidades como a Força Sindical, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), haviam pedido ao governo mudanças nas novas regras.
saiba mais
Veja a portaria publicada no DOU:
Obrigatoriedade de novo ponto eletrônico é adiada pela terceira vez
Governo deve dispensar ponto eletrônico em caso de acordo coletivo
Após críticas, novo ponto eletrônico não causará filas, diz Ministério do Trabalho.
Na última semana de agosto, foi realizada a última reunião do grupo de trabalho criado para discutir o novo ponto eletrônico. Empresários apresentaram alternativas ao REP, mas elas não foram aceitas por representantes do Ministério do Trabalho. Os empresários haviam sugerido que as empresas tivessem a opção de registrar os horários de entrada e saída dos empregados por meio de sistemas eletrônicos, com certificação digital, e tirava a necessidade da concordância do trabalhador com o sistema alternativo ao novo ponto eletrônico, já que dispensava o acordo coletivo para utilizá-lo.
Venda de aparelhos:
A Associação Brasileira das Empresas Fabricantes de Equipamentos de Registro Eletrônico de Ponto (Abrep) informa que até final de julho deste ano já foram vendidos 260 mil equipamentos desde que a portaria foi lançada. Não há números atualizados.
Dimas de Melo Pimenta III, presidente da Abrep e vice-presidente da Dimep, fabricante de aparelhos de ponto eletrônico, informa que a procura no mês de agosto, quando o novo ponto estava previsto para entrar em vigor em 1º de setembro, aumentou em 50% em comparação com os meses anteriores. Já em setembro, o aumento foi de 20% na procura em relação aos demais meses. Segundo Dimas, a procura tem sido maior por pequenas e médias empresas.
Dimas diz que, por causa da competitividade e da evolução dos próprios equipamentos, os valores dos aparelhos caíram a ponto de custarem o mesmo que os relógios usados antes do lançamento da portaria 1.510.
“Os aparelhos tiveram preço reduzido desde os primeiros meses de comercialização para cá. Os mais simples para as pequenas e médias empresas têm valor médio de R$ 1,7 mil. Já os mais caros custam cerca de R$ 3,8 mil”, diz.
Segundo Dimas, o tempo médio entre a implantação e o funcionamento do aparelho é de cerca de três semanas para pequenas e médias empresas (que tenham entre 50 e 100 funcionários). “Tem que cadastrar funcionários, criar regras, treinar os empregados e fazer ajustes de procedimento interno da empresa”, diz. De acordo com ele, é comum as empresas colocarem um relógio por departamento para ter uma medição mais precisa do horário dos empregados.
"Quanto mais próximo [o ponto eletrônico] do funcionário, melhor para medir o horário e sai mais barato ter perto do departamento do que pagar hora extra. Hoje a tendência é usar equipamentos menores e mais pulverizados", afirma Dimas.
As empresas que optarem por usar o novo ponto eletrônico devem preencher o cadastro dos equipamentos no site do Ministério do Trabalho e Emprego, através do endereço eletrônico http://portal.mte.gov.br/pontoeletronico. O cadastro é para que os empregadores se protejam contra eventuais fraudes. No site do Ministério do Trabalho existe uma lista das empresas e aparelhos homologados. São 29 empresas e 117 modelos de relógios homologados.
Como é o novo ponto:
O ponto eletrônico está programado para emitir um comprovante a cada vez que o empregado bater o ponto, além de o relógio não poder ser bloqueado nem ter os dados editados.
Ouvidas pelo G1 em junho de 2010, as entidades criticavam, entre outros aspectos, a obrigação de impressão do comprovante, o custo para adquirir os novos relógios e a possibilidade de demora e geração de filas enquanto os trabalhadores aguardassem para a emissão do papel. Em julho, o ministério divulgou comunicado dizendo que o processo seria rápido e não provocaria filas.
A portaria diz que nos primeiros 90 dias após a entrada em vigor da obrigatoriedade, a fiscalização terá caráter de orientação. Nas duas primeiras visitas à empresa, o auditor-fiscal do trabalho dará prazo de 30 a 90 dias para as empresas se adaptarem. A partir da terceira visita é que começa a ação repressiva, segundo o ministro Lupi.
Fonte:g1.com.br

ROBERT CASTEL NA PUC/SP

A Escalada das Incertezas: Uma Análise da Sociedade Contemporânea
Ter, 25/10/2011

PROGRAMAÇÃO:
SEMINÁRIO
25/10, das 19h às 22h30
Seminário com o sociólogo francês, Prof. Dr. Robert Castel


LOCAL DE REALIZAÇÃO:
Auditório Dom Paulo Evaristo Arns (sala 117) - (1º andar Edifício Reitor Bandeira de Mello - prédio novo)


CAMPUS: Campus Perdizes

PÚBLICO ALVO: O seminário é destinado aos discentes e docentes alunos do Programa de Estudos Pós- Graduados em Serviço Social e Ciências Sociais e a comunidade da Universidade.
PROMOÇÃO:
Programa de Estudos Pós- Graduados em Serviço Social / PUC-SP
Profª Dra. Mariangela Belfiore Wanderley.

– As Grandes Manifestações da CGTP-IN, em Lisboa e no Porto, representam uma vibrante resposta dos trabalhadores, das trabalhadoras e do povo à política desastrosa que estamos a viver.

Mudar de política para um Portugal com futuro

As Grandes Manifestações da CGTP-IN, em Lisboa e no Porto, representam uma vibrante resposta dos trabalhadores, das trabalhadoras e do povo à política desastrosa que estamos a viver.
A extraordinária participação e a força imensa que hoje aqui esteve presente, exprimem o sentimento comum de que não nos resignamos perante as políticas ruinosas que significam o empobrecimento da população, o ataque aos direitos laborais e sociais, o aumento das injustiças e das desigualdades, a destruição do tecido produtivo e a alienação da soberania do país.
Mas exprimem, também, o compromisso com a defesa dos valores e direitos conquistados com a Revolução de Abril, bem como uma enorme vontade e determinação em prosseguir e intensificar a luta por uma alternativa politica para um Portugal Desenvolvido, Solidário e Soberano.
Os trabalhadores e o povo rejeitam a política de subserviência que tem sido seguida pelo Governo do PSD-CDS face às autoridades europeias e ao FMI, pois assenta exclusivamente em planos de austeridade, cujas consequências dramáticas atingem a generalidade da população, enquanto os grandes accionistas continuam a acumular lucros à custa da exploração de quem trabalha. É uma política que provoca a recessão, que não se destina a ajudar o país, mas simplesmente a alimentar os interesses dos credores da dívida pública portuguesa.
O programa do Governo da direita constitui uma autêntica declaração de guerra aos trabalhadores, aos jovens, aos desempregados e aos pensionistas. É um programa todo ele dirigido contra os serviços públicos e as funções sociais do Estado na Saúde, na Educação e na Segurança Social, que acentua o caminho neoliberal traçado pelas grandes potências da União Europeia, em benefício do capital e da especulação financeira.
O balanço dos 100 dias de governação traduz-se numa ofensiva sem precedentes contra os direitos dos trabalhadores, no roubo do subsídio de Natal, no aumento e desregulação dos horários de trabalho, no boicote à contratação colectiva. São 100 dias marcados pelo constante e generalizado aumento dos preços, incluindo bens essenciais como os transportes, os medicamentos, produtos alimentares e a energia.
Neste período, o governo do PSD-CDS deu mais uma machadada nos interesses estratégicos do país, ao ter abdicado das acções privilegiadas nas mais importantes empresas públicas, para além de pretender vender ao desbarato as empresas nacionais que ainda estão no controlo do Estado, assim como privatizar bens públicos essenciais à vida, como a água. Nestes três meses, o governo tomou ainda outras medidas gravosas, expressas no aumento dos custos com a saúde; no ataque ao Poder Local Democrático e aos serviços que prestam às populações; na diminuição da segurança social, com redução nos beneficiários de prestações sociais, como o abono de família, acompanhada da aplicação de políticas de natureza caritativa, em prejuízo de direitos essenciais.
Como está claramente demonstrado, a política económica que está a ser seguida é orientada para os interesses dos credores estrangeiros e contra os interesses nacionais. O seu resultado imediato é o aprofundamento da recessão económica, o qual constitui pretexto para novos programas de austeridade. O seu resultado a prazo é a alienação, a favor do capital privado estrangeiro, de centros de decisão que são fundamentais para impulsionar o desenvolvimento do país. Esta política, ao gerar mais recessão, não só não resolve qualquer problema como acaba por agravar a dívida. Esta é a mesma política que, tendo falhado na Grécia, está condenada ao fracasso em Portugal.
Ao contrário do que o Governo de direita pretende fazer crer, as alterações à legislação laboral não têm nenhuma relação com a dívida ou com a redução do défice. O seu único objectivo visa atacar violentamente direitos nucleares dos trabalhadores, incluindo a proibição do despedimento sem justa causa, as compensações por motivo de despedimento, a protecção social no desemprego, o direito constitucional de contratação colectiva, a desregulamentação dos horários de trabalho e a generalização da precariedade, para reduzir salários, direitos e a protecção social, desequilibrando, ainda mais, a correlação de forças a favor do patronato.
No dia em que a CGTP-IN celebra o seu 41º aniversário, os participantes na Manifestação da CGTP-IN realizada em Lisboa/Porto:

- Assumem o combate firme e determinado contra a política de desastre nacional , de austeridade e retrocesso social, de recessão, de desvalorização social do trabalho e de ataque ao Estado Social;

- Reafirmam o seu empenhamento combativo pela afirmação de uma política alternativa que defenda os interesses nacionais; promova o desenvolvimento, o crescimento e o emprego com direitos; valorize o trabalho e assegure o aumento dos salários e das pensões, enquanto factores que contribuem para a recuperação do país; promova e reforce os direitos sociais, os serviços públicos e o Estado Social;

- Exigem a reestruturação da dívida , dos prazos e dos juros e uma política de desenvolvimento e de reindustrialização do país, de solidariedade entre os povos europeus e o respeito pela soberania nacional.

Por isso, aqui nos manifestamos e decidimos:

1. Saudar todos os trabalhadores e trabalhadoras do Sector Privado, da Administração Pública e do Sector Empresarial do Estado, pela forma corajosa, firme e determinada como têm desenvolvido a luta nos seus locais de trabalho, pela defesa e dignificação dos seus direitos e a valorização do trabalho.

2. Reforçar a unidade na acção de todos os trabalhadores, independentemente das suas opções políticas ou sindicais, a partir dos locais de trabalho, pela resolução dos problemas concretos, a melhoria das suas condições de vida e de trabalho e a convergência numa resposta contra a ofensiva desencadeada pela política do Governo PSD-CDS e as posições retrógradas do grande patronato;

3. Apelar à participação activa dos jovens trabalhadores, dos desempregados, dos pensionistas e reformados, dos imigrantes , nesta luta que é de todos e para todos, pela resolução dos problemas do presente e a construção de um Portugal com futuro.

4. Promover uma semana de luta, de 20 a 27 de Outubro , com uma forte dinâmica reivindicativa, assente na realização de um vasto conjunto de greves e paralisações nos locais de trabalho dos sectores público e privado, assim como acções com expressão de rua, numa luta que tem de ser cada vez mais geral

- Contra a destruição dos direitos laborais e sociais;

- Contra o empobrecimento e as injustiças;

- Contra o programa de agressão aos trabalhadores, ao povo e ao país;

- Pelo emprego, salários, pensões e direitos sociais.

Fonte:www.cgtp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=2244

Pobres que trabalham e estudam têm jornada maior que operários do século XIX.

O economista Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), classificou ontem à noite em Curitiba como “heróis” os brasileiros de famílias pobres capazes de conciliar o trabalho com o estudo.
“No Brasil, dificilmente um filho de rico começa a trabalhar antes de terminar a graduação ou, em alguns casos, até mesmo a pós-graduação”, observou Pochmann.
“Os brasileiros pobres que estudam e trabalham são verdadeiros heróis. Submetem-se a uma jornada de até 16 horas diárias, oito de trabalho, quatro de estudo e outras quatro de deslocamento. Isso é mais do que os operários no século XIX.”
O presidente do Ipea foi um dos palestrantes na abertura da terceira edição do Seminário Sociologia & Política, ao lado da professora Celi Scalon (UFRJ), no Teatro da Reitoria da UFPR. “Repensando Desigualdades em Novos Contextos” é o tema geral do seminário. Promovido pelos programas de pós-graduação em Sociologia e em Ciência Política da instituição, o evento termina nesta quarta-feira (28).
Pochmann lembrou que o Brasil levou cem anos, desde a proclamação da República, em 1889, para universalizar o acesso das crianças e adolescentes ao ensino fundamental. “Mas esse acesso foi condicionado ao não crescimento dos recursos da educação, que permaneceram em torno de 4,1% ou 4,3% do PIB. Sem ampliar os recursos, aumentamos as vagas com a queda da qualidade do ensino.”
Essa universalização do ensino fundamental, no entanto, não significa que 100% dos brasileiros em idade escolar estejam estudando. Segundo dados apresentados pelo dirigente do Ipea, ainda existem 400 mil brasileiros com até 14 anos fora da escola. Se essa faixa etária for estendida para 16 anos, a cifra salta para 3,8 milhões de pessoas.
“A cada dez brasileiros, um é analfabeto. E ainda temos cerca de 45% analfabetos funcionais. É muito difícil fazer valer a democracia com esse cenário.”
Em sua fala, Marcio Pochmann também abordou temas como a redução da taxa de fecundidade das mulheres brasileiras, o crescimento da população idosa, o monopólio das corporações privadas transnacionais e a concentração da propriedade da terra.
“O Brasil não fez uma reforma agrária, não democratizou o acesso à terra. Temos uma estrutura fundiária mais concentrada do que em 1920, com o agravante de que parte dela está nas mãos de estrangeiros”, afirmou o economista. “De um lado, 40 mil proprietários rurais são donos de 50% da terra agriculturável do país, e elegem de 100 a 120 deputados federais. De outro, 14 milhões trabalhadores rurais, os agricultores familiares, elegem apenas de seis a dez deputados.”
Para Marcio Pochmann, a desigualdade é um produto do subdesenvolvimento. “Não que os países desenvolvidos não tenham desigualdade, mas não de forma tão escandalosa.”
Nem revolucionário, nem reformista
Segundo o presidente do Ipea, a participação dos 10% mais ricos no estoque da riqueza brasileira não mudou nos últimos três séculos. Permanece estacionada na faixa percentual em torno de 70 a 75%.
“Somos um país de cultura autoritária, com 500 anos de história e menos de 50 anos de vivência democrática. O Brasil não é um país reformista e muito menos revolucionário”, sentencia Pochmann. “A baixa tradição de uma cultura partidária capaz de construir convergências nacionais nos subordina a interesses outros que não os da maioria da população.”
Marcio Pochmann afirmou que os ricos não pagam impostos no Brasil. “Quem tem carro, paga IPVA. Quem tem lancha, avião ou helicóptero, não paga nada. E o ITR [Imposto Territorial Rural] é só pra inglês ver”, exemplificou. “Quem paga imposto no Brasil são basicamente os pobres.”
Um estudo do Ipea teria demonstrado que os moradores de favelas pagam proporcionalmente mais IPTU do que os brasileiros que vivem em mansões. “Quem menos paga é quem mais reclama de imposto. Tanto que impostômetro foi feito no centro rico de São Paulo.”
Pochmann observa que o tema das desigualdes não gera manifestações, não gera tensão. “Não há greve em relação às desigualdades.”
Trabalho imaterial
Na avaliação de Márcio Pochmann, a sociedade mundial está cada vez mais assentada no que ele chama de “trabalho imaterial”, associado a novas tecnologias de informação, como aparelhos celulares e microcomputadores. “O trabalhador está cada vez mais levando trabalho pra casa.”
Essa sociedade do trabalho imaterial, conforme o dirigente do Ipea, pressupõe uma sociedade que tenha como principal ativo o conhecimento. “Pressupõe o estudo durante a vida toda, e o ensino superior apenas como piso.”
Pochmann criticou ainda a forma como a comunidade acadêmica tem tratado o tema das desigualdades no país. “O tema tem sido apresentado de forma muito descritiva e pouco de enfrentamento real e efetivo. Em que medida a discussão está ligada a intervenções efetivas, a políticas que possam de fato alterar a realidade como a conhecemos?”
Na avaliação dele, a fragmentação e a especialização das ciências sociais aprofundariam o quadro de alienação sobre o problema das desigualdades.
“As pesquisas não mudam a realidade. Quem muda a realidade é o homem. Agora, as pesquisas, as teorias mudam o homem. Se mudarem o homem, ele muda a realidade. Nada nos impede de fazer isso, a não ser o medo, o medo de ousar.”
Fonte:por Fernando César Oliveira, site da UFPR.

SP: usineiros incentivam crack para cortadores trabalharem 14 hrs

Em algumas plantações de cana-de-açúcar no interior do Estado de São Paulo, existem alguns funcionários que, sonho de qualquer usineiro, conseguem trabalhar cerca de 14 horas por dia sem interrupção. O segredo da produtividade é pequeno, barato e cada vez mais fácil de conseguir: o crack. As consequências para o 'superfuncionário', porém, são conhecidas: após poucos anos, uma saúde devastada e, não raro, a morte.

Esse é um dos usos crescentes da droga que mais surpreenderam a Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, da Assembleia Legislativa de São Paulo. A comissão, formada por 29 parlamentares, fez um levantamento inédito sobre a proliferação do entorpecente no Estado, e o apresentou nesta terça-feira.

Segundo o deputado estadual Donisete Braga (PT), as regiões onde a prática é mais comum são Ribeirão Preto, Vale do Ribeira, Pontal, São José do Rio Preto e Alta Paulista, onde há forte indústria sucroalcooleira. "Os funcionários fazem uso da droga para agregar valor físico e aumentar a produção", explicou, acrescentando que, em geral, os trabalhadores são pagos pela produtividade. "Após quatro ou cinco anos, são afastados, demitidos." Como a maioria não possui vínculo formal de trabalho, os trabalhadores nada recebem depois da prestação do serviço, e resta-lhes apenas a saúde debilitada pelo crack.

"Há uma liberação do consumo de crack por parte das usinas", afirmou Braga. "Essa prática acontece com plena conivência dos empresários e das autoridades", completou o deputado Major Olímpio (PDT-SP).

As informações compiladas pelo levantamento, afirmou Braga, são o primeiro passo para acabar com essa situação. Segundo o parlamentar, a partir delas será possível fiscalizar e acompanhar o uso da droga no Estado, e definir ações de erradicação. A pesquisa feita pela Assembleia abordou políticas públicas, investimentos e programas de combate a drogas, e foi respondida por 325 dos 645 municípios do Estado, que concentram 76% da população.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5360490-EI306,00-SP+usineiros+incentivam+crack+para+cortadores+trabalharem+h.html

TJ vai a cracolândia julgar internação

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) vai montar um posto na cracolândia, na região da Luz, no centro da capital, para definir a internação compulsória de crianças e adolescentes viciados em crack. A partir deste mês, 15 juízes serão destacados para realizar audiências concentradas com os menores que vivem nas ruas para estabelecer quando devem ser internados em clínicas, encaminhados a abrigos ou retornar às famílias.O projeto da Coordenadoria da Infância e da Juventude do TJ-SP foi aprovado há 15 dias pelo presidente do tribunal, desembargador José Roberto Bedran, e prevê a instalação de um posto móvel na cracolândia, com presença obrigatória de um juiz. É a primeira vez que o Judiciário paulista decide atuar, com espaço físico próprio, na mais degradada área do centro paulistano.
Os juízes realizarão as audiências na rua, dentro do posto móvel, após abordagem de um assistente social da Prefeitura ou da Defensoria Pública. Será aplicado um questionário ao jovem, que serve para traçar seu perfil e da sua família e então definir o encaminhamento. O projeto prevê parceria com a Secretaria Municipal da Saúde: psiquiatras da rede pública serão destacados para realizar os laudos para possíveis internações.
"Somos contra a internação compulsória geral, como está sendo feito no Rio. O objetivo do projeto é entender em quais casos há necessidade de levar a criança a uma clínica mesmo contra sua vontade e qual a melhor forma de encaminhamento legal", disse o coordenador da Infância e Juventude do TJ-SP, desembargador Antonio Carlos Malheiros, criador do projeto. "Com o Judiciário em cima, vivendo a realidade das ruas, vamos garantir o respeito à legislação e aos direitos humanos."
A Prefeitura apoia a parceria e estuda formas de viabilizar a atuação conjunta. "A Prefeitura, por meio das Secretarias de Saúde, Assistência Social e Negócios Jurídicos, vem participando de reuniões contínuas com a Vara da Infância e Adolescência do TJ-SP e tem total interesse em todas as ações", informou.
Além das reuniões com as secretarias, Malheiros e outros juízes se reuniram nas últimas semanas com integrantes da Defensoria Pública, do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP). "Estamos acertando detalhes sobre a atuação de cada órgão. A previsão é que as audiências comecem ainda em outubro."
Apoio. A Defensoria Pública também apoia o projeto. "Podemos colaborar na abordagem, servindo como mediadores entre o juiz e as crianças. Adquirimos essa experiência em projetos de apoio aos moradores de rua e isso pode ser usado com as crianças e adolescentes", disse Carlos Weis, coordenador do Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria de São Paulo. Psicólogos e assistentes sociais da Defensoria devem atuar no projeto."O grande desafio na questão da internação compulsória é não haver desrespeito aos direitos da criança. Trabalhando com o Judiciário ao lado, as decisões sobre cada caso serão mais seguras", disse o secretário especial de Direitos Humanos da Prefeitura, José Gregori.
O posto móvel do TJ será colocado, inicialmente, perto da Estação da Luz, na Rua Mauá. Ficará aberto de manhã e à tarde. E terá existência temporária, até que os juízes "adquiram a experiência do que acontece nas ruas", na definição de Malheiros. "Em alguns meses, teremos resultados e definiremos quanto tempo será necessário mantermos o esforço na cracolândia." Fonte:www.estadao.com.br/noticias/impresso,tj-vai-a-cracolandia-julgar-internacao-

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Esta moda, sim,é que deveria pegar!!!

Vejo fantásticas fotos de modelos e artistas estampando autdoors e capas de revistas fechionistas e de estéticas, com as beldades mais que perfeitamente belas...e a maioria destas figuraças ao vivo e em cores,sinceramente não me convence de tanta beleza.
Eu sou viciada em espelhos e adoro acordar e ver minha cara lavada e lembrar do que sempre digo as minhas amigas, que belas e bonitas somos nós que cara-a-cara conseguimos disfarçar nossos defeitinhos e ainda arrancar suspiros de homens na rua e pontinhas de inveja.
Vemos ilustrações falsas e propagandas enganosas espalhadas por toda a cidade e somos alvos destes enganos a todo momento,desde a foto ilustrativa de um alimento até ao incentivo de uma estética mais bonita. A exemplo:
a empresa L'Oreal foi obrigada a retirar de circulação propagandas consideradas 'enganosas' pelas autoridades britânicas.
Dois anúncios de cosméticos que usavam fotos alteradas por computador foram proibidos na Grã-Bretanha sob a acusação de que eram 'enganosos'. Os anúncios, das marcas Lancôme e Maybelline, da empresa L'Oreal, traziam fotos da atriz Julia Roberts e da modelo Christy Turlington manipuladas por computador.
O órgão regulador da publicidade britânica, concordou que as imagens eram exageradas e violavam seu código de conduta. Obrigada a retirar as propagandas de circulação, a L'Oreal admitiu ter retocado as imagens.
Autoimagem :Swinson disse que, apesar de alguns retoques serem aceitáveis, os anúncios em questão eram "maus exemplos de propaganda enganosa" e poderiam contribuir para problemas com a autoimagem dos consumidores.
"Deveríamos ter alguma honestidade nos anúncios publicitários e isso é exatamente o que a ASA está aqui para fazer. Estou contente que eles tenham apoiado estas denúncias. Se os publicitários forem muito longe ao usar retoques e outras técnicas de pós-produção para alterar a aparência das modelos e se isso correr o risco de ser enganoso para as pessoas, então está errado e nós proibiremos os anúncios." O anúncio da Lancôme, segundo a empresa, mostrava Julia Roberts em sua "pele naturalmente saudável e brilhante". Eles disseram ainda que o produto anunciado precisou de 10 anos para ser desenvolvido.(Imagina,esperar Dna.Julia Robert usar este produto por 10 anos para poder posar para a propaganda.rsrsrsrs)
Se esta moda realmente pegar,não haveria tantos estereótipos e todos meros mortais respeitariam a idade avançando e curtiríamos melhor cada fase de nossas vidas e primaveras que passariam com mais alegria e não desejaríamos cobiçar a beleza alheia...e veríamos realmente como o belo é o envelhecer natural do ser humano.

fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/bbc/anuncios+com+fotos+retocadas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Somos também prisioneiros

...com muros cada vez mais altos,câmeras,alarmes e seguranças espalhados,nos tornamos cada vez mais prisioneiros da sociedade.
Limitamos-nos a conversar com estranhos,a estar ao lado de pessoas que julgamos esquisitas,sem nos precaver que a força da comunicação do contato ao nosso externo é muito forte.
Nos protegemos do que a segurança pública não é capaz de fornecer,dos alarmantes índices de seqüestros,assaltos e homicídios.Dos roubos em impostos,aos donos dos comércios vendendo mercadorias vencidas...
E falando nas limitações,percebemos que mais pessoas estão adeptas a fones de ouvidos,escutando suas musicas estrondosas,esquecendo dos diálogos que tínhamos a partir de um “bom dia” afetuoso ao “bom trabalho” e a outros meios de cumprimentar um conhecido ao ponto de ônibus, foram abandonadas,assim, nos adentramos no ônibus com receios,já não se vê generosidade para ofertar lugares especiais ou até mesmo a insegurança de segurar a bolsa dos passageiros.O stress do ambiente apertado e lotado gera desconfortos e insultos...causando em muitos casos a falta de segurança que temos apenas trancafiados dentro de nossas casas.Viramos prisioneiros da sociedade,da socialização,e da harmonia de viver bem com os outros seres vivos.
E isto a cada dia piora...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Não é proibido proibir.

Do pouco que sei sobre moda,dá para avaliar o que deve e o que não deve ser usado na hora de ir ao trabalho.O que me arrepia são os minís -vestidos, minissaia e decotes horrendos,sem falar na moda de inverno que são as meias calças, cada vez mais sexy’s(que foram feitas para usar a noite),com desenhos e formas provocantes,que acabaram por tomar conta dos ambientes de trabalho,assim combinando com os tais minís,acabamos não distinguindo se a pessoa esta indo para a balada ou para o trabalho.
Li recentemente uma matéria no blog da Gloria Kalil,sobre como se vestir para trabalhar e percebi que há exageros que não deve ser relevados,como por exemplo,algumas exigências são consideradas ofensivas e discriminatórias.Mas uma decisão no tribunal do trabalho mudou estes deveres dos funcionários.
No Brasil, um funcionário barbado perdeu uma causa contra o Bradesco, que não aceitou a sua barba. Na Inglaterra a Harrods, uma das lojas de departamentos mais tradicionais de Londres, despediu uma vendedora porque ela se recusava a trabalhar maquiada. Exageros? Quem está com a razão?Pelo voto dado pela desembargadora brasileira Graça Boness, um trecho do acórdão e decisão do Tribunal do Trabalho, o empregador tem o direito de exigir determinados procedimentos de seus funcionários entre os quais o modo como ele se apresenta para o público.
Olhem o parecer:

PROIBIÇÃO AO USO DE BARBA NO TRABALHO. INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL COLETIVO. Não se pode negar ao empregador, em razão do seu poder diretivo, o direito de impor determinados padrões, de exigir dos seus empregados certa forma de se conduzir e de se apresentar no ambiente de trabalho, inclusive no que diz respeito à proibição do uso de barba, bigode, cavanhaque ou costeleta, quando em serviço, o que não se revela como exigência abusiva ou desarrazoada.É normal que uma empresa exija o considerado “normal” para a atividade exercida,portanto que o funcionário seja avisado no momento da contratação.Quando algum item for de uso obrigatório,a empresa deve fornecer ou dar ajuda de custo.
Em alguns casos de ações trabalhistas,o uso da palavra ‘’ obrigatório” para algumas exigências,acabara com certeza a empresa ganhando no processo,pois é ela que define as normas.
Por isto fica a dica:
Antes de buscar uma colocação numa empresa, seja ela formal ou informal, os candidatos devem procurar saber quais são suas exigências e costumes para ver se combinam com sua personalidade e estilo.Fonte:
http://delas.ig.com.br/comportamento/o+que+uma+empresa+pode+exigir+como+boa+aparencia/n1597077065243.html

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O 13º Salário NUNCA Existiu...

Não tinha pensado nisto! Brilhante, de fato!Os trabalhadores ingleses recebem os ordenados semanalmente!
Mas há sempre uma razão para as coisas e os trabalhadores ingleses, membros de uma sociedade mais amadurecida e crítica do que a nossa, não fazem nada por acaso!
Ora bem, cá está um exemplo aritmético simples que não exige altos conhecimentos de Matemática, mas talvez necessite de conhecimentos médios de desmontagem de retórica enganosa.
Lembrando que o 13º no Brasil foi uma inovação de Getúlio Vargas, o ?pai dos pobres? e que nenhum governo depois do dele mexeu nisso, nem mesmo o ?governo dos trabalhadores?, fala-se agora que o governo do PT pode vir a não pagar aos funcionários públicos o 13º salário.Se o fizerem, é uma roubalheira sobre outra roubalheira.Perguntarão porquê? Porque o 13º salário não existe.
O 13º salário é uma das mais escandalosas de todas as mentiras dos donos do poder, quer se intitulem ?capitalistas? ou ?socialistas?, e é justamente aquela que os trabalhadores mais acreditam.Eis aqui uma modesta demonstração aritmética de como foi fácil enganar os trabalhadores.

Suponhamos que você ganha R$ 700,00 por mês. Multiplicando-se esse salário por 12 meses, você recebe um total de R$ 8.400,00 por um ano de doze meses.
R$ 700 X 12 = R$ 8.400,00
Em Dezembro, o generoso governo manda então pagar-lhe o conhecido 13º salário.

R$ 8.400,00 + 13º salário = R$ 9.100,00

R$ 8.400,00 (Salário anual) + R$ 700,00 (13º salário) = R$ 9.100 (Salário anual mais o 13º salário)

O trabalhador vai para casa todo feliz com o ?governo dos trabalhadores? que mandou o patrão pagar o 13º.
Agora veja bem o que acontece quando o trabalhador se predispõe a fazer uma simples contas que aprendeu no Ensino Fundamental:
Se o trabalhador recebe R$ 700,00 mês e o mês tem quatro semanas, significa que ganha por semana R$ 175,00.
R$ 700,00 (Salário mensal) / 4 (semanas do mês) = R$ 175,00 (Salário semanal)

O ano tem 52 semanas. Se multiplicarmos R$ 175,00 (Salário semanal) por 52 (número de semanas anuais) o resultado será R$ 9.100,00.
R$ 175,00 (Salário semanal) X 52 (número de semanas anuais) = R$ 9.100.00

O resultado acima é o mesmo valor do Salário anual mais o 13º salário
Surpresa, surpresa? Onde está, portanto, o 13º Salário?

A explicação é simples, embora os nossos conhecidos líderes nunca se tenham dado conta desse fato simples.A resposta é que o governo, que faz as leis, lhe rouba uma parte do salário durante todo o ano, pela simples razão de que há meses com 30 dias, outros com 31 e também meses com quatro ou cinco semanas (ainda assim, apesar de cinco semanas o governo só manda o patrão pagar quatro semanas) o salário é o mesmo tenha o mês 30 ou 31 dias, quatro ou cinco semanas.No final do ano o generoso governo presenteia o trabalhador com um 13º salário, cujo dinheiro saiu do próprio bolso do trabalhador.
Se o governo retirar o 13º salário dos trabalhadores da função pública, o roubo é duplo.
Daí que, como palavra final para os trabalhadores inteligentes: não existe nenhum 13º salário. O governo apenas devolve e manda o patrão devolver o que sorrateiramente foi tirado do salário anual.
Conclusão: Os Trabalhadores recebem o que já trabalharam e não um adicional. 13 NÃO É PRÊMIO, NEM GENTILEZA, NEM CONCESSÃO. É SIMPLES PAGAMENTO PELO TEMPO TRABALHADO NO ANO!TRABALHE PELA CIDADANIA!
CIRCULE ISSO!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

IDEOLOGIA E ALIENAÇÃO

Texto da Professora R. G. da Universidade Federal da Paraíba, sobre a chacina de Realengo.



"Li tudo que pude, publicado até o presente momento, a respeito da tragédia acontecida na escola do Realengo, no Rio de Janeiro.E meditei muito antes de tomar a decisão de escrever este pequeno texto."
Não gostei, de forma alguma, de nenhuma das declarações: da Exma. Sra. Presidente da República, do Exmo. Sr. Ministro da Educação e do Exmo. Sr. Governador do Rio de Janeiro.
Da Presidente Dilma, em quem votei, discordo da afirmação de que o acontecimento não faz parte da cultura brasileira.
Do Ministro da Educação, discordo de sua declaração, agora, após este acontecimento, de que a Educação brasileira está de luto.
Do Governador do Rio de Janeiro, discordo de sua qualificação sobre o assassino dos estudantes como um animal.

Minhas refutações: Ø a Presidente só tem razão quanto à forma e não quanto ao conteúdo: a forma do assassinato coletivo em escolas, à moda norte-americana, de fato, não era usual em nossas práticas sociais, até agora. Mas quanto ao conteúdo, Sra. Presidente, ignorar que a violência está presente no cotidiano de nossas escolas, é tapar o sol com a peneira. É retórica. A violência está presente, há muito tempo, nas escolas, sob as mais diversas formas: agressões entre alunos, de alunos contra professores, e, mesmo em escala menor, de professores contra alunos.
Ø Em decorrência, acho que está refutada a fala do Ministro. Por que só agora, quando a tragédia é coletiva, o Sr. Ministro vem a público para dizer que a Educação está de luto? Faz muito tempo, décadas, que a Educação brasileira está de luto, não apenas pela violência que grassa no meio escolar, mas também pela omissão dos nossos governantes ante a própria educação. Ø Sobre a fala do Sr. Governador do Rio de Janeiro: é muito fácil achar um bode expiatório e – desculpem a expressão – “tirar da seringa”. Neste discurso, a fala oficial quer atribuir a um indivíduo – autor material do crime - toda a culpabilidade. Assim fazendo, escamoteia-se a responsabilidade dos governantes.
A Escola vem sendo um dos mais expressivos espaços de violência de nossa sociedade. Tanto a pública quanto a privada. Basta ler os noticiários. A Educação, notadamente a pública, aquela apenas à qual pode aceder a grande parte da população brasileira, está no abandono. Reconheço que não faltam políticas públicas para uma série de aspectos a ela referentes, como cursos para qualificação de professores, cursos direcionados para o respeito às diversidades, cursos direcionados para os Direitos Humanos, etc etc etc, mas faltam medidas efetivas para garantir a segurança nas Escolas, de alunos e professores; faltam políticas fortes e concretas de combate às drogas (um dos maiores, senão o maior, fatores da violência escolar).
Faltam políticas fortes para criar valores moralmente sadios na infância e na juventude. Por que? Porque a sociedade contemporânea, nutrida diariamente por anti-valores humanos, como o consumismo desenfreado, a competitividade destrutiva, o individualismo exacerbado, vem sistematicamente implodindo valores necessários à produção/reprodução de uma sociedade: um mínimo de direcionamento para a existência humana como referência fundamental e magnífica – a vida como valor; de cooperação societária, de perspectiva e engajamento coletivos.
O magistério, essa outrora profissão respeitada - e essencial a qualquer sociedade para que se concretize a transmissão do patrimônio cultural de uma geração a outra, para que a geração mais nova possa elaborar, no seu tempo histórico, o seu patrimônio cultural – vem sendo desqualificado, conspurcado, aviltado, desrespeitado pelos vários segmentos sociais, a começar de nossos governantes. Não precisamos ir longe: vários estados brasileiros (leia-se: seus governantes), estavam se recusando a pagar um piso salarial para os professores da Educação Básica, sob a alegação de que as contas dos estados e municípios não suportariam os custos e de que o piso salarial seria inconstitucional. . Mas ... a União, os estados e municípios suportam (!!!) os custos de empreguismo sem concurso de parentes e aderentes, de falcatruas com o dinheiro público, de licitações direcionadas e tortuosas, de não obediência dos dispositivos legais sobre gastos públicos, .... contra isto, os governantes não se indignam. Ao contrário: posam de virgens imaculadas.
Quando uma professora do Rio Grande do Sul foi agredida, recentemente, fato amplamente divulgado pela mídia, por um aluno com uma cadeira, o Ministro da Educação não se pronunciou. Tantos episódios de agressão nas Escolas! E o Sr. Ministro da Educação não se pronunciou. Por que o fez agora? Por que o assassinato da Escola do Rio de Janeiro não só foi coletivo como, principalmente, reverberou na mídia fortemente ... e na mídia internacional. E aí, a preocupação parece ter sido muito mais o arranhamento que isto possa produzir na imagem do Rio de Janeiro com vistas à Copa do Mundo e às Olimpíadas. Do que o fato em si. Porque as imagens mascaradas da realidade, nestes discursos, parecem valer mais do que a própria realidade.
Aí, só ai, a Educação se fez de luto? É brincadeira, Sr. Ministro. Não nos tome por idiotas. Igualmente. Sr. Governador Sérgio Cabral, não nos tome por idiotas.
Quando li sua infeliz e preconceituosa declaração sobre o assassino, o primeiro cuidado que tive, foi tentar saber quem ele era. Suspeitei que era alguém cuja vida seria uma dessas vidas – tantas vidas jovens! – desperdiçadas deste país. Por falta de Educação. E é. Somente olhando para o rosto do jovem e depois lendo o bilhete de despedida que deixou, muita coisa pode se analisada. Primeiramente, apesar da declaração de sua irmã, de que ele seria professo do islamismo, não coloquemos a pecha maldita sobre esta religião que tem uma profunda e admirável relação com a divindade, tanto quanto outras religiões. Cuidado com nossos preconceitos de estigmatizarmos o Outro, especialmente quando o Outro nos agride, como neste caso. Nunca paramos para pensar que nós também agredimos o Outro, porque é mais cômodo. Porque o recado final do trágico assassino fala em Jesus, portanto ... porque a figura de Jesus é mais própria de nossa cultura ocidental do que da cultura islâmica. Cuidado com qualificativos de primeira hora. Ademais, Sr. Governador, é muito fácil, como eu já disse, achar o bode expiatório e se eximir das responsabilidade dos gestores públicos: o assassino entrou na escola como bem quis, sem controle de segurança. A maioria esmagadoríssima das escolas desse país não tem esquema de segurança. Nem as elites estão a salvo em suas escolas privadas.
Agora, chamar o assassino de animal pode ser alvo de várias contestações, inclusive judiciais. Talvez a intenção de Vossa Excelência tenha sido atribuir ao assassino a falta de razão que os animais não teriam. Porém, deixo aqui alguns modestos questionamentos: 1º) Vossa Excelência ofendeu aos animais, cujo reino nos pode transmitir muita sabedoria, para a qual, infelizmente, o ser humano não atenta; 2º) Tem muito ser humano desprovido de razão, por uma série de justificativas, entre as quais, porque não foi educado para usar a razão; 3º) Muitos seres humanos auto-considerados racionais, auto- carimbados de racionais, especialmente porque vêm de classes dominantes e têm diplomas universitários e são nossos governantes, cometem desatinos que animais não cometeriam, como permitirem que pessoas se instalem em áreas de risco ambiental, sem regras e sem freios de dispositivos legais públicos.
***

"Educação não é fast-food".

Prezados colegas.
O Conselho Federal de Serviço Social, a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social e a Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social lançaram em maio a campanha "Educação não é fast-food".
Maiores informações no endereço eletrônico: http://www.cfess.org.br/noticias_res.php?id=616.Somos a favor da democratização do ensino, responsabilidade do Estado, e contra a mercantilização e desqualificação profissional.



                                Essa é uma luta de todos pelo ensino de qualidade.

MARCHA NACIONAL PELA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Acontece neste sábado, dia 18 de junho, a Marcha nacional pela Liberdade de Expressão. Serão mais de 30 cidades marchando pelo direito à liberdade, entre elas São Paulo (SP), Aracaju (SE), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ), Florianópolis (SC), Porto Velho (RO), Curitiba, (PR), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Rio(ES), Goiânia (GO), Campo Grande(MS) e Cuiabá (MT).

Diferente do que muitos estão pensando, a Marcha da Liberdade não é a Marcha da Maconha, o movimento abrange diversos setores sociais que passam por problemas, como a atual greve dos professores, a crise nos bombeiros, o kit anti-homofobia do MEC, crise no sistema público de saúde, o desmatamento desenfreado após a proposta do Novo Código Florestal, e vários outros. Não se trata de pregar a liberação do uso de drogas ou o que quer que o valha. Trata-se sim de discutir o assunto com maturidade. O objetivo é propor um debate sobre questões que vem incomodando a sociedade, são várias bandeiras e pensamentos unidos em prol da Liberdade de expressão, liberdade essa que abrange todas as outras.

QUAL O ENTENDIMENTO DA MARCHA EM SI E DEPOIS DELA? O sentido da marcha é pensar na questão de que a mobilização é necessária. Nossos direitos referentes a liberdade são expressos na Constituição Federal, 1988 nos Arts. 1º e 5º. ART 1º A República Federativa do Brasil, formada pela União indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Parágrafo único: Todo poder emana do povo, que exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

ART 5º II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

COMO SERÁ FEITA A MARCHA? A marcha será feita por todas as pessoas que se sentirem confortáveis com o movimento. Usaremos todas as vozes e também uma só. Não será feita nenhuma apologia à algo ou alguém. A marcha é feita simplesmente porque existem assuntos em que existe uma certa necessidade de mobilização para serem enxergados. A INDIGNAÇÃO É MUNDIAL, QUAL A SUA INDIGNAÇÃO? Como cada pessoa, ou um grupo de pessoas possuem idéias em afinidade, foi proposto que cada um levasse a sua proposta. “ TRAGA SUA INDIGNAÇÃO MAS DEIXE A RAIVA EM CASA”Outra proposta a respeito da ação mesmo, seria trocar o uso de cartulinas por papelão. Custo muito menor e de melhor acesso. Até mesmo por uma questão mais ambiental e consciente.

QUAIS AS BANDEIRAS QUE VAMOS LEVANTAR PARA CARACTERIZAR A MARCHA DA LIBERDADE? a. movimento homossexual b. indígenas c. negros d. pessoas com menor poder aquisitivo e. movimento ROCK N’ ROLL f. projetos culturais g. pessoas com doenças sexualmente transmissíveis h. professores i. novo código florestal j. movimentar o conhecimento das pessoas k. direitos e deveres da população l. canalizar as idéias

Em Cuiabá, como nas outras cidades, a marcha está sendo organizada principalmente pelas redes sociais e tomando proporções até então não imaginadas.

No dia 18 a concentração da Marcha pela Liberdade Cuiabá será na Praça Alencastro. Com previsão de saída as 17h, os marchantes subirão a Avenida Getúlio Vargas em direção a Praça 8 de Abril para o ato final. Mapa: [ http://goo.gl/DCEVS ]

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Primeiro 'casamento' gay no Brasil

Não sou gay,mas respeito quem é,então manifesto aqui a felicidade das conquistas homossexuais no Brasil.Já estava mais que na hora de terem liberdade de viverem como querem,ainda mais em um país como o Brasil, que SE JULGA(vejamos as repressÕes em alguns manifestos) livre nas formas de expressões.Em todos os anos,é realizado um dos maiores eventos gays do mundo, a conhecida "PARADA GAY".(neste ano não deixaria de prestigia-los, com esta mais nova conquista,então estarei lá).E que todos sejam livres, com todas suas forças sentimentais e que todas as formas expressivas de amor e paz reine nestas pessoas maravilhosas, que lutam contra um dos maiores preconceitos que ainda é muito grande no país,a homofobia.
Com a declaração pública de união estável entre um casal homossexual brasileiro foi registrada dia 10/05/2011, em Curitiba. O presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, e o seu companheiro, o inglês David Harrad,oficializaram a situação no 6º Tabelionato de Notas de Curitiba. Eles estão juntos há 21 anos. O ''casamento'' aconteceu quatro dias após o Superior Tribunal Federal (STF) reconhecer a união estável entre pessoas do mesmo sexo e definiu que o efeito da decisão seria imediato.
''O Brasil ficou maior com a decisão do STF'', disse Toni Reis, logo após oficializar a união com Harrad. ''Foi respeitado os princípios da igualdade, liberdade, dignidade e seguridade jurídica. Nós ganhamos muito e ninguém perdeu nada'', comemorou o presidente da ABGLT.
Do cartório, o casal foi à Vara da Infância e Adolescência de Curitiba para apresentar a documentação. Eles acreditam que agora terão mais facilidade para adotar uma criança. Toni e David entraram com processo de adoção em 2005. Antes de chegar ao 6º Tabelionato, o casal passou por quatro cartórios, que não aceitaram fazer o registro, mesmo o STF determinando que não seria preciso aguardar a publicação do acórdão. O tabelião substituto Elton Targa, do 6º Tabelionato, contou que o registro de união estável demorou pouco tempo para ser realizado, pois já existe uma minuta padrão que só precisou ser adaptada. Segundo a tabela dos cartórios paranaenses, esse serviço custa R$ 88,00. No dia anterior, mais um casal gay entrou em contato com o cartório marcando horário para oficializar o união. Antes da decisão do STF, o ''casamento'' entre pessoas do mesmo sexo somente poderiam ser reconhecidos por meio de contrato entre ''sócios'', como se tratasse de um negócio comercial. Agora a relação passou a ser reconhecida como entidade familiar. E torço para que conquistem também o sonho de serem pais como qualquer casal de sexo diferente.
FONTE: http://www.folhaweb.com.br

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Você ja ouviu falar em CRAVI?

O Cravi - Centro de Referência e Apoio à Vítima é um programa da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo que integra, em parceria com o Instituto Therapon Adolescência, entidade não-governamental da sociedade civil, e com apoio da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, o Sistema Nacional de Assistência a Vítimas e de Proteção a Testemunhas, por força de convênio com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Por meio de intervenções jurídicas, sociais e terapêuticas, o Cravi contribui na superação dos danos causados pela violência e na prevenção. Bem como apóia e orienta aqueles que querem contribuir como testemunhas para a promoção da Justiça. Tem como objetivo dar visibilidade às vítimas de violência, inclusive aquelas indiretamente afetadas, como é o caso dos familiares de vítimas de homicídio. O Centro de Referência e Apoio à Vítima tem como objetivo geral identificar, compreender e atender as demandas por Justiça e direitos humanos. Outro aspecto importante deste trabalho é o caráter preventivo, favorecendo alternativas para a vivência da perda violenta e rompendo ciclos de violência.
OBJETIVOS:•Dar visibilidade à questão dos homicídios nos centros urbanos e às vítimas diretas e indiretas, garantindo-lhes o direito de serem ouvidas, a partir do entendimento de que a morte violenta de um cidadão é uma questão social.
•Divulgar a existência da "vítima indireta", como a nomeação de um dos efeitos da violência fatal, na medida em que tal conceito se refere àqueles que, de alguma forma, sofrem com a morte violenta de algum familiar.
•Compreender o "perfil" da vítima de homicídio: encontrar padrões, mas, acima de tudo, enxergar a complexidade diversificada da violência urbana.
Reconstruir a história de vida das vítimas, contextualizando a violência sofrida, a partir do campo individual, mas como um problema social.
•Promover o protagonismo do usuário enquanto sujeito de direitos, em contraponto às ações assistencialistas normalmente vinculadas ao tema da violência, promovendo-o da situação de vítima para a de sujeito de direitos e deveres.
•Mediar o acesso dos usuários às instituições públicas, instrumentalizando-os para o exercício político da cidadania, através da informação, como estratégia para promover a autonomização do usuário.
AÇÕES E ATIVIDADES:•Prestação de atendimento interdisciplinar (psicológico, jurídico e social) a vítimas de crimes violentos graves e familiares;
•Identificação dos perfis da violência criminal urbana e formas de prevenção;
•Identificação e redução dos efeitos traumáticos provenientes da violência sofrida pelas vítimas e por suas famílias;
•Atuação como auxiliar na ruptura de ciclos e códigos de violência existentes na família;
•Apoio à inserção da vítima no processo penal, garantido-lhe acesso à Justiça;
•Apoio e orientação quanto a seus direitos e deveres àqueles que podem contribuir como testemunhas para a realização da justiça.
•Atuação no combate e/ou minimização dos efeitos da vitimização secundária, através de capacitações a agentes do Estado e demais profissionais que atendam vítimas ou seus familiares.
Os atendimentos são gratuitos e acontecem de segunda à sexta-feira, das 9 às 18 horas, em horários pré-agendados. Endereço e funcionamento: O Cravi atende na Rua da Barra Funda, 1032 - Barra Funda - São Paulo, de segunda à sexta, das 9 às 18 horas, com agendamento prévio por telefone: (11) 3666 7778, 3666 7960 e 3666 7334. e-mail: cravi@justica.sp.gov.br
Fonte::http://www.justica.sp.gov.br

terça-feira, 31 de maio de 2011

ENFIM:O HOMEM É VIOLENTO POR NATUREZA?


Há séculos, os filósofos discutem a natureza do ser humano. Alguns defendendo que o homem é naturalmente bom, outros alegando que é naturalmente mal.São teses conflitantes que resultam, principalmente, do pensamento de ROUSSEAU e HOBBES.
ROUSSEAU acreditava na seguinte tese, o homem é bom por natureza, sendo a vida em sociedade o fator de sua corrupção. Ou seja, ele nasce bom, mas o meio o corrompe, tornando-o mal.
HOBBES, em contrapartida, tinha por tese que o homem é mal por natureza, apresentando três causas principais de discórdia, a saber, a competição, a desconfiança e a glória, voltadas respectivamente para a obtenção de lucro, segurança e reputação.
Nessa concepção podem-se distinguir dois momentos: o tempo em que os homens são capazes de manter um respeito mútuo, que seria o tempo de paz; e o tempo de luta de todos contra todos, ou tempo de guerra.
Extrai-se, ainda, do pensamento de HOBBES, que o homem age de maneira violenta para realizar seus intentos, pois é impossível que algo desejado por dois homens ao mesmo tempo seja gozado por ambos, assim eles se tornam inimigos, competindo por um mesmo objetivo. Na realização de tal intento, procuram subjugar um ao outro, para demonstrar força e manter segura a coisa.É interessante transcrever fragmento do que relata o filósofo:
“E contra esta desconfiança de uns em relação a outros, nenhuma maneira de se garantir é tão razoável como a antecipação; isto é, pela força ou pela astúcia, subjugar as pessoas de todos os homens que puder, durante o tempo necessário para chegar ao momento em que não veja qualquer outro poder suficientemente grande para ameaça-lo. E isto não é mais do que sua própria conservação exige, conforme é geralmente admitido.”Extrai-se do pensamento de HOBBES que o homem age de maneira violenta, numa tentativa de conquistar o respeito dos outros, realizar os seus intentos e garantir a sua conservação. E do pensamento de ROUSSEAU, conclui-se que o homem nasce bom, e o meio social faz com que ele aja de maneira violenta.Não é possível dizer que HOBBES e ROUSSEAU estavam totalmente certos, na individualidade dos seus pensamentos. É mais apropriado fazer uma conjugação das idéias dos dois autores na busca do entendimento da violência.
O homem não nasce bom, na acepção do termo, pois ele é um animal que, abstraindo-se a sua racionalidade, possui desejos, necessidades e instintos. Assim, não vai deixar de agir violentamente para sobreviver ou construir o seu espaço.
Claro que o meio em que vive vai influenciá-lo. Todavia, o meio social não pode ser visto só de maneira negativa, pois pode influenciar o homem para agir de maneira positiva e não violenta. O meio não torna o homem mal, apenas torna necessária a atitude violenta; as duas coisas não podem ser confundidas. Na primeira o homem é bom e o meio o corrompe; na segunda o homem tem instintos de conservação e a sociedade faz aflorar estes instintos, que se exteriorizam pela violência.
Porém, se o meio propicia todas as condições de vida para o homem e de construção do seu espaço, este dificilmente vai agir de maneira violenta. Claro que não se pode levar em conta as pessoas com problemas de insanidade, pois estas não agem por conta própria.Mas, pode ser que o meio social apresente condições totalmente adversas ao homem e à sua conservação; aí este, impulsionado pelo seu instinto natural, vai agir de maneira violenta para tentar eliminar aquilo que está lhe causando problemas.
E o que é pior, a sociedade cria certas necessidades e vontades na cabeça dos seus integrantes, resultado de um sistema equivocado. E as pessoas movidas por estas falsas vontades, lutam pela conquista de bens colocados, pela sociedade, como necessários a uma vida digna.A sociedade cria uma desigualdade formal, fazendo, muitas vezes, com que o homem tenha uma atitude violenta, na tentativa de superar os outros na construção do seu espaço.Pode-se dizer, então, que o homem não é bom por natureza, pois, apesar de sua razão, possui instintos animais de conservação e, se preciso, usa da violência para se defender; e ainda, a própria sociedade agrava a situação quando cria uma desigualdade formal entre as pessoas.O homem age de maneira violenta, em razão dos seus instintos e vontades naturais, movido por um sentimento de conservação e pela necessidade de construir um espaço de segurança que inspire respeito aos outros homens e facilite a realização dos seus desígnios.Não é possível dizer que o homem é mal por natureza, e que a violência é o resultado desta maldade. O que acontece é que a própria violência é algo natural, pois está presente no comportamento de todos os animais em razão do instinto de preservação.O que está errado é o fato da violência ser utilizada para fins, que não o da conservação natural, pois aí, pode-se dizer que há um desvio de conduta.Todavia, o fato de o homem agir de maneira violenta contra outros homens, por si só, não representa um desvio de conduta, pois outros animais também agem desta maneira,é para construção do seu espaço e para se defender.

Sobre o Movimento Negro

O maior desafio do Movimento Negro no Brasil é acabar com o preconceito racial. Essa luta não vem de hoje. O movimento começou a ganhar força na década de 1930, com a Frente Negra Brasileira. Em 1978, foi fundado o Movimento Negro Unificado, que deu origem a vários grupos de combate ao racismo, como associações de bairro, terreiros de candomblé, blocos carnavalescos, núcleos de pesquisas e várias organizações não governamentais. Conheça aqui algumas dessas principais entidades:Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra: O Centro, ligado ao Ministério da Cultura, tem a missão de preservar a cultura afro-brasileira. O instituto pesquisa todos os documentos sobre a contribuição dos povos de origem africana na formação do povo brasileiro. Vários núcleos foram implantados na Bahia, Acre, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro.
Telefone: (61) 326 0878.
Fundação Cultural Palmares: A Fundação Cultural Palmares é uma entidade pública ligada ao Ministério da Cultura. Sua função é promover pesquisas e estudos sobre as culturas africanas. Além disso, participa de ações para melhorar a qualidade de vida dos afro-brasileiros. A pesquisa mais importante da fundação é o mapeamento e reconhecimento de antigos quilombos. Telefone: (61) 326 0878; site: www.palmares.gov.br; e-mail: palmares@palmares.gov.br.
Instituto da Mulher Negra Geledés:
É uma organização política de mulheres negras que tem como missão o combate ao racismo. O nome Geledés é originalmente uma forma de sociedade secreta feminina de caráter religioso, existente nas sociedades tradicionais africanas iorubás, que expressam o poder feminino sobre a fertilidade da terra, a procriação e o bem-estar da comunidade. O instituto levou a sério essa tradição. Hoje, com 11 anos de existência, já atendeu a várias vítimas do racismo. O grupo aciona juridicamente empresas e meios de comunicação que praticam a discriminação racial contra mulheres negras. Também atende vítimas de violência doméstica e sexual. O grupo participou de todas as conferências mundiais convocadas pela ONU na década de 90.Telefone: (11) 3115- 4582; site: http://www.geledes.org.br/
Instituto do Negro Padre Batista:
Fundado pela Igreja Católica em 1987, o instituto tem como missão melhorar a educação dos estudantes negros. O diretor atual é o padre José Enes de Jesus. Para isso já concedeu 40 bolsas de estudo a universitários negros carentes. Seis deles se formaram advogados e hoje dão assistência jurídica gratuita para vítimas do racismo. Esse trabalho é apoiado pela Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo e deve ser estendido a outros Estados. Telefone:
(11) 3106-7051; e-mail: padrebatista@uol.com.br.
Projeto Geração XXI: É um projeto pioneiro voltado para a valorização de jovens negros carentes. O programa desenvolve ações de educação e tem parcerias do Geledés, Bank Boston, Fundação Cultural Palmares e Unesco. Atualmente, o projeto atende 21 adolescentes negros, de famílias de baixa renda. O instituto paga escolas particulares e faculdades para os jovens carentes, além de doar tíquetes de refeição para suas famílias.Telefone: (11) 3118 7164; e-mail: geracaoxxi@uol.com.br
Casa das Áfricas:A Casa das Áfricas é um centro de pesquisa e de promoção de atividades culturais relacionadas ao continente africano. O seu objetivo é contribuir para o processo de produção e ampliação de conhecimentos sobre as sociedades africanas e para o diálogo entre instituições e pesquisadores que tenham como foco de trabalho a África.( www.casadasafricas.org.br)
Núcleo de Consciência Negra:O Núcleo de Consciência Negra é uma entidade de caráter sócio-político-cultural, preocupada com as manifestações gerais de interesse dos negros realizadas pelos funcionários, alunos e docentes da Universidade de São Paulo e outras pessoas interessadas e integradas nos trabalhos do Núcleo. Na prática isto tem se traduzido na realização de atividades de denúncia e combate ao racismo, na realização de debates e atividades no interior da universidade e, particularmente, no desenvolvimento de projetos educacionais e sócio-culturais em nossa sede. Desde sua fundação o Núcleo tem sido coordenado de forma colegiada. Além dos coordenadores, temos colaboradores que dedicam-se à organização e desenvolvimento de áreas específicas do Núcleo de Consciência Negra.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

. Haiti:terremoto,colonização e resistência

O Haiti desde o terremoto, continua devastado.É um país tomado pela injustiça social e pela miséria.Ainda sem recursos de moradia,falta de alimento e saneamento básico o país tornou-se marginalizado e violento.O numero de desemprego é altíssimo e o analfabetismo ainda é de 47,1%.
O imperialismo tomou conta do país,criou-se um policiamento rigoroso e duro com a população.Formou a MINUTAH, com integrantes do exercito brasileiro,que fortemente armados, aterrorizam os haitianos,violentando crianças e mulheres.Criou-se fabricas de domínios internacionais,as quais são livres de taxas (zonas francas) e com salários baixíssimos.O imperialismo capitalista quer, na verdade,”reconstruir” o Haiti de operários a 2 dólares por dia.
A exploração política e capitalista é mutua,não há respeito aos Direitos Humanos.Doações ao país vêm de vários benefícios ;artistas,empresários,países amigos do Haiti etc,mas destas doações são poucos os investidos no país.
Muitos dos haitianos vivem no campo(são camponeses),tentam sobreviver do que plantam e do que produzem,porque o que é produzido no país é em maior parte exportado.
Aproveitando a inferioridade do povo,aumentou-se o numero de ONGs,dizendo prestar ajuda ao país,ajudas deveriam chegar,mas ainda ocorre a liderança de corruptos e repudiados do governo haitiano.
“Um movimento latino-americano e internacional deveria se levantar para apoiar a luta do Haiti pela democracia e pela independência nacional.É como poucas,mas é uma questão de honra”Professor Osvaldo Coggiola da USP.A divida com a França ainda não esta paga.O Haiti não tem recursos para o pagamento da divida,mas se fossem reavaliados os países que se disseram “amigos” do país,haveria o cancelamento ou o pagamento da divida.
E m contraste Cuba,apesar de ser um país pobre e bloqueado,há anos coopera com o povo haitiano.Muitos médicos e outros especialistas prestam cooperação gratuita ao país.
E O QUE NOSSO BRASIL ESTA FAZENDO?As tropas brasileiras estão fazendo do Haiti um campo de treinamento,que serve a militarização de diversas periferias urbanas.‘‘Há o treinamento destas tropas em favelas do Rio de Janeiro:elas vão ao Haiti e depois retornam para realizar ações como a ocupação dos morros”. Franck Seguy-Sociologo Haitiano.Doutorando da UNICAMP.A America-latina deveria se levantar para exigir a retirada dos marines- ianques e da Minustah do combalido país que deu ao mundo o exemplo de uma revolução independente nacional encabeçada por escravos e muito mais.
Isto mesmo Brasil,mostra tuas garras!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

XXXIII ERESS-ENCONTRO REGIONAL DE ESTUDANTES DE SERVIÇO SOCIAL. 21 a 24 de Abril de 2011

Síntese
DELIBERAÇÕES:

MOVIMENTOS ESTUDANTIS:
-----A importância política dos estudantes.
-----FENEX (movimento de área) contra o provão, foi à organização do boicote contra o ENADE Governo Lula.
-----MESS (movimento dos estudantes de serviço social)
-----ANEL (Assembléia Nacional dos estudantes-livres),foi formada pela UNE,compreende as novas entidades.
-----Grupos em escolas; (UNESP) recria o serviço social integrado nas escolas.

PROPOSTA DE UNIVERSALIDADE:-----Que a ENESSO fomente o debate sobre a universidade popular dentro dos espaços de discussões do MESS, que aproxime dos secundaristas com o intuito de fomentar as demissões de universidade popular.
-----Apropriações dos instrumentos
Jurídicos a fim de respaldar as violações de direitos cometidos pelas universidades.

QUESTÕES URBANAS:-----Movimento Social Terra Livre; Luta pelas terras (trabalhadores do campo x cidade). Funcional em SP.RJ.MG.Em Sao Paulo tem maior força no Jardim Pantanal.
-----Movimento de moradores.PAC

E.C.A-----Direitos Violados do ECA.
-----A criação de uma prova para se candidatar ao Conselho Tutelar.
-----Fortalecer os movimentos que lutam pela melhoria na qualidade de ensino creches e nos Direitos da criança.

MORADIA:-----Preocupações com o desenvolvimentos dos bairros e estruturas inadequadas.
-----Grupo Marcha das Mulheres(em Campinas);politicas publicas para as mulheres:que garantam os direitos sexuais e reprodutivos.
-----Construção do Estadio para a Copa no Brasil;as importancias positivas e negativas da sociedade:mercado imobiliario.
------Mercado Imobiliario:gravidades e planos de fuga.

MOBILIZAÇÕES DE BAIRROS:-----Muitos bairros não tem nenhuma organização em beneficios dos moradores espulsos de suas casas.
-----MST.
-----Trocas de contato- nao trata apenas em um só bairro,mas lutar por um todo.
-----Transformar os encontros em uma LUTA CONCRETA!

CULTURA:-----OFICINA:Questao Urbana-Palestrante Alexandre (Coodernador Movimento Social Terra Livre no Jardim Pantanal)
Construção do Vale do Tiete de Salesopolis ate a capital.
Bolsa aluguel – saneamento basico – creches – Empresa terceirizada que controla as barragens.
O dinheiro que as empresas gastam com os cadastros, daria para pagar a construção de casas novas.(www.terralivre.org)

GD´s Opressões-----Raça/Etnia- Palestrante Douglas
-----UNEafro BRASIL: União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora.
-----Cursos comunitarios
-----Organizações e Luta Popular
-----Combate ao racismo e genocidio da População Negra.
-----Desigualdade no acesso á educação
-----Cotas para negros na USP.
----Cursos da UNEafro:ação voluntaria de centenas de professores e coordenadores e solidarios propricia um trabalho serio e de qualidade para 2,5 estudantes.(www.uneafrobrasil.org)



Apoio:Centro Acadêmico de Serviço Social-PUC/SP
----Erica Guimarãens 2°ano noturno
Secretaria de Escola.

DEBATE COM PROFESSOR SERGIO LESSA

Em 04/2011 Professor Sérgio Lessa,Assitente Social, doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, professor do departamento de Filosofia da Universidade Federal de Alagoas,compareceu na PUC-SP para um debate sabre a questão trabalho x profissão.
Iniciou-se com a pergunta "O serviço social é trabalho?"
O serviço social na base de Marx é trabalho e para chegarmos a esta conclusão foi preciso analisar o que são:
• Valor= trabalho produtivo,de uso ou de produção.
• Mais valia= trabalho não pago;acumulação de capital.
• Valor de uso= esta subordinado ao valor de troca.
Assim entendemos que no Capitalismo,o Valor é a mercadoria.
Para entender melhor é necessário saber sobre as definições do Trabalho:
TRABALHO IMPRODUTIVO;(que não tem valor para o capital)é o que não produz mais valia.Marx
TRABALHO PRODUTIVO;é o que produz a mais valia(mercadoria),é o que dá lucro ao capital.
ONTONEGATIVIDADE DA POLITICA;é a política desde a Monarquia,ou seja,e o instrumento de dominação e opressão ao proletariado.
MATÉRIA;é a mão,a cabeça, o intelecto etc.(instrumentos a ser usados para produzir).
``O trabalho é a relação HOMEM X NATUREZA``.
PROFISSÕES: as profissões são invenções humanas,se a sociedade desde a sua origem,é uma sociedade de classes,a estrutura de exploração foi constituída.
Conclusão:
TRABALHO é o que dá lucro ao capitalismo,ou seja,é o trabalho produtivo para o acumulo de capital.
PROFISSÃO é o que não dá lucro ao capital.Não constrói valor para capitalismo.